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quarta-feira, 27 de abril de 2011

Relações estabelecidas entre escravos do período colonial e o trecho do filme "Quanto Vale ou é por Quilo?"

Por: Devanir  Vicentin

No século XVI, as realidades do trabalho escravo e das relações estabelecidas entre escravos do período colonial se deram de três maneiras: no campo, o sistema de exploração é rigidamente estruturado e não há, para o escravo, possibilidade de ascender na hierarquia social; na cidade, o escravo, resguardado na obediência, possui certa mobilidade e mais independência diante de seu senhor; e na mina, as condições do trabalho são mais penosas, entretanto, o escravo pode ascender na hierarquia social com esperança de alforria.
Nesse sentido, as relações estabelecidas entre os escravos e as novas sociedades do período colonial foram de vários tipos: desde relações matrimoniais, sociais de vizinhança, de grupo, de lazer até associações de tipos diversos.  Entretanto, tanto para a sociedade branca quanto para a negra, o escravo representava apenas a mão de obra, ou seja, “engrenagem” da economia dessa sociedade, já que ele não tinha valor porque não era considerado um cidadão (para os brancos) e/ou reconhecido como um igual entre os outros negros. Diante disso, na medida em que se estabeleceram vínculos, estes poderiam representar uma aceitação de diferentes grupos e/ou uma forma de um grupo se unir contra uma situação que ele esteja enfrentando, pois cada grupo tem seus próprios interesses, por isso se unem para preservar aquilo que para eles era vantajoso, marcando, assim, tanto as relações internas de diferentes grupos quanto às externas, já que houve escravos que foram alvos de solidariedades dos senhores por dominarem uma técnica de produção diferenciada ou por terem conquistado o respeito da sociedade ou do grupo com o qual este escravo se relacionava.
Relacionando os dois períodos e realidades com o trecho do filme “Quanto vale ou é por quilo?” foi possível verificar as semelhanças existentes entre o século XVI e algumas das realidades presentes na atualidade, como a corrupção e a exploração dos menos favorecidos pela camada dominante, de uma forma mais dissimulada e perspicaz. Por esse ângulo, a violência do Brasil escravista ainda é explícita nos dias de hoje, porém sob outra camuflagem, já que as autoridades dos dias atuais têm uma postura diferente, mas a violência continua quase a mesma, assim como os abusos sobre a camada mais pobre vestiu outras roupagens, ou seja, naquela época os castigos eram amparados pela Lei. Atualmente, a falta de liberdade e/ou sujeição ao trabalho escravo não está limitado apenas aos indivíduos de pele escura, contudo abrange a maioria das pessoas com menos recursos como os marginalizados e os excluídos.
 Para concluir, o escravo fora do mundo dos "brancos", não encontrava segurança e nem garantia de cidadania no período colonial, não era livre, nem defendido pela Igreja e estava exposto a repressões físicas. No que se refere ao preso, ele não respeita a lei, é nocivo a sociedade, sem "moral" interferem negativamente na vida das pessoas, mesmo que as escolhas de vida desses indivíduos na maioria, negros e mestiços, não tenham sido muitas na vida, numa sociedade capitalista e excludente que só tem valor quem consome.

Referências:

                                                                                                                                             
MATTOSO, Kátia M. de Queirós. Ser escravo no Brasil. p. 98 a 143. Material disponível em: Plataforma AVA/UEPG 2011.

SZESZ, Christiane Marques; PETRUSKI, Maura Regina e LEITE, Renato Lopes. História do Brasil I - Ponta Grossa: UEPG/NUTEAD, 2011.

Acesso em 21/03/2011 às 00h:11mn.


Acesso em 19/03/2011 às 23h:16mn.

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